Sobre o escritor...
Mário de Sá-Carneiro foi um poeta, contista e ficcionista português, sendo um dos principais representantes do Modernismo português.
Órfão de mãe com apenas dois anos, Sá-Carneiro começou a escrever poesia aos 12 anos. Frequentou o curso de Direito em Coimbra e mais tarde em Paris, mas desistiu de ambos, aborrecido com a “extrema chatice” da vida académica. O escritor sempre demonstrou um desespero, solidão e instabilidade emocional, algo que se traduziu nas suas obras. Sá-Carneiro conheceu Fernando Pessoa em 1912, aquele que foi, sem dúvida, o seu melhor amigo. Juntos, fundaram a revista Orpheu, em 1915. Para a imprensa portuguesa da altura, Sá-Carneiro era considerado “maluquinho”.
Em 1915, começou a escrever a Pessoa cartas de uma crescente angústia, frustração e descontentamento com a vida. Um ano depois, Sá-Carneiro cometeu suicídio com apenas 25 anos, em Paris, com o recurso a cinco frascos de estricnina. No seu quarto de hotel, Sá-Carneiro deixou um conjunto de cartas para familiares e amigos, juntamente com um bilhete de despedida.
Até à data da sua morte, Sá-Carneiro enviou a Fernando Pessoa mais de 200 cartas, incluindo uma “carta de despedida”, onde revela as razões para ter acabado com a sua vida. Pessoa dedicou-lhe vários textos e poemas ao longo da vida, considerando-o um “génio não só da arte como da inovação dela”. O edifício onde Sá-Carneiro perdeu a vida está assinalado com uma placa em memória do escritor Apesar de uma vida curta, as suas obras influenciaram vários escritores, entre eles Eugénio de Andrade.
As suas principais obras:
A confissão de Lúcio (1914);
Dispersão (1914);
Céu em fogo (1915);
Poesia (1995).
“Que a loucura, no fundo, é como tantas outras, uma questão de maioria.” – Loucura…, Mário Sá-Carneiro.